Acordámos por volta das 10
da manhã, depois da exaustiva viagem nocturna de Atauro, banho tomado e mochila
arrumada fomos ter com o Nelson para ir buscar a mota e para esclarecer o
caminho a tomar para a viagem.
Com o road book feito e os
votos de confiança e encorajamento da Patrícia que por varias vezes com as mãos
na cabeça disse que nunca mais tínhamos tempo de lá chegar, fizemo-nos á
estrada. Para esta viagem deveríamos ter saído bem cedo porque para os 250km
são necessárias cerca de 8 horas devido ao mau estado das estradas.
Ainda não tínhamos saído de
Díli caiu uma bela carga de água, parámos e abrigámo-nos numas bancas de
legumes frescos até que abrandasse.
Seguimos caminho por entre
curvas e contracurvas a subir e a descer montes e parámos para almoçar na praia de Milion Dollar,
que tinha umas barracas para picnic que deram um jeitão.
Pouco depois do almoço e a
cerca de 70km de Díli tivemos um furo, seria uma situação banal, mas por estas
bandas foi uma operação complexa que envolveu 3 viaturas, algumas horas e
bastantes dólares gastos.
Primeiro fizemos sinal a um
rapaz de mota que parou e sacou de uma pequena bomba, ainda tentámos mas sem
efeito.
O segundo veiculo foi um
jipe e por acaso os senhores falavam português, tentámos espuma para furos mas
o furo era largo demais, depois tentámos atar a mota á roda suplente do veiculo
mas também sem sucesso.
Foi então que parou o
terceiro veiculo, uma mikrolet, um mini autocarro que nos transportou até
Baucau com a mota amarrada á escada de acesso ao tecto.
Estes deixaram-nos numa
oficina onde vulcanizaram a câmara de ar e resolveu o assunto. Como já era
tarde resolvemos pernoitar em Baucau, jantámos uns belos bifes no restaurante
Amália e fomos descansar cedo. Era dia de jogo de Portugal contra a Alemanha por isso vimos nas ruas vários grupos de apoio.
Acordámos cedo, comprámos
alguns mantimentos numa padaria local que tinha um belo bolo de chocolate.
Seguimos caminho com
direcção a Lautem e depois Tutuala com algumas paragens pelo caminho para fotos
ainda chegámos a horas decentes.
Chegámos a Tutuala por
volta das 11h e para fazer os últimos 8km da viagem demorámos mais de uma hora,
nem imaginam o estado desta estrada!!! Pior impossível!!!
Mal chegámos á praia de Walu, de
onde partem os barcos para a ilha de Jaco, procurámos alojamento e marcámos a
travessia para dai a uma hora, foi o tempo de comer uma sandes de atum.
O mar estava um pouco
agitado mas a vista da ilha deserta é incrível, ninguém vive ou pernoita nesta
ilha, porque para os locais está assombrada.
Foi a primeira vez que
estivemos num local assim, só nós dentro de água numa paisagem sublime, para
não falar do óptimo snorkeling que por aqui se faz, peixes enormes, coral e
como bónus um tubarão de recife.
Ficámos num alojamento junto ao mar,
um simpático quarto em que a cama era um colchão dentro de um iglô, só a parte
de rede, tínhamos vista para a praia e para a ilha de Jaco.
Não tínhamos noção que era
tão isolado e levámos poucos mantimentos, perguntámos á governanta se havia
jantar e ela prontamente disse que tinha ovos, arroz e vegetais e foi isso que
comemos, ficámos com a sensação que comemos o jantar da família que gere o
espaço!!!
No ultimo dia desta
aventura acordámos bem cedo e ás 7 da manhã estávamos a caminho de Dili, poucos
minutos depois, a meio dos 8 km mais duros da viagem tivemos mais um furo…
Em Los Palos resolveram
rapidamente a situação e retomámos a nossa viagem, ainda conseguimos almoçar em
Baucau no restaurante Amália, apesar de já serem 3 da tarde.
Depois de almoço seguimos
directamente para Díli, a rezar para não termos outro furo, durante o caminho
fomos parando varias vezes para descansar o traseiro que com tantas horas de
mota estava dorido.
Já próximo de Dili fomos
brindados com o mais belo por do Sol que alguma vez vimos.
A mota ficou parada em casa
da Patrícia e só lhe pegámos para ir á praia do Cristo Rei qual não é o nosso
espanto que quando chegámos ao pé da mota a roda da frente tinha um furo.
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