23-06
Aterrámos em Darwin já de
noite, demorámos bastante a sair do aeroporto, o controlo de fronteiras é
rigoroso, fizeram varias perguntas dos nossos planos e ficámos a saber que aqui
se tem de declarar tudo, mesmo os comprimidos para a constipação e que estes
podem ser usados para produzir drogas.
Apanhámos um táxi, visto
que este era o único meio de transporte disponível. Fizémos o check in no nosso
quarto de hostel que nos custou a módica quantia de 99 AUD (cerca de 70 EUR),
com casa de banho partilhada!!!
Fomos comprar jantar a um
supermercado, ainda fomos ver como funcionava a cozinha mas a confusão era
tanta que desistimos. Junto da cozinha tem um bar onde decorria um Quizz, ou
seja, barulho até tarde.
Quando nos recolhemos para
descansar apercebemo-nos que o colchão era péssimo e os lençóis… Esta era a
opção mais barata disponível e apesar do elevado preço as condições não eram as
melhores.
24-06
Primeiro dia ao volante e
dia de habituação a uma carrinha de tracção traseira e a gasolina. Aproveitámos
o facto de estarmos numa zona com vários supermercados para abastecer de
mantimentos, com cerca de 100 Dólares comprámos algumas refeições rápidas,
pequenos almoços e snacks.
Feitas as compras enfiámos
tudo em cima da cama e começamos a nossa jornada em direcção ao Outback, seguimos
a Stewart Highway com a primeira paragem poucos quilómetros depois,
no Lichfield Tourist Park, aproveitámos as restantes horas de dia para arrumar
roupa e mantimentos nos vários compartimentos.
A parte que mais nos
assustou deste primeiro dia foi o ponteiro da gasolina, que com cerca de 150 km
já se encontrava a indicar meio deposito!!! Começamos a pensar “isto vai sair
caro”!!!
Para o jantar uns belos cachorros
com salsichas grelhadas no barbecue do parque que tinha excelentes condições.
Acabamos o jantar á conversa com um casal de australianos que estavam de férias
á 20 anos, ofereceram-nos vinho algo que é impossível de recusar.
25-06
Iniciámos o dia cedo e
fomos conhecer o Lichfield Park, começamos pelos Mangentic Termite Mounds, a
fazer lembrar um cemitério mas algo bastante natural. Vimos também algumas
impressionantes Termite Cathedrals, estas chegam a atingir os 6 metros de
altura.
Seguimos para as Florence
Falls onde havia imensa gente ao banho, apesar da beleza guardámos os banhos
para o Buley Rockhole composto por varias piscinas naturais.
Deixámos para o final a
principal atracção, as Wangi Falls, uma cascata altíssima que forma uma enorme
piscina acessível a todos, como havia aviso de crocodilos resolvemos deixar os
banhos para outros destinos.
Ao jantar uma bela massada com molho de tomate!!!
26-06
A concelho da dona do
parque onde ficámos, Pine Creek tem muito para ver!! Pela manhã fomos até ao
Museu dos caminhos, que estava fechado. Visitámos uma antiga mina que agora
está cheia de água e forma um lago com 135m de profundidade.
Acabámos por ir ao centro
de informações onde vimos um documentário acerca de Pine Creek no tempo da
exploração de ouro, uma cidade completamente diferente daquilo que agora é.
Seguimos viagem até
Katherine, almoçamos no parque Nitmiluk e depois de almoço demos um passeio
pela Katherine Gorge onde subimos a um view point onde pudemos apreciar as
paisagens.
Durante a subida conhecemos
um casal, uma australiana e um alemão que nos disseram que estavam a observar
um crocodilo e pessoas a fazer kayak ali bem perto. Acabaram por nos dizer que
na Australia só vão ao banho na banheira e na piscina!!!
Fizémos mais uns
quilómetros até Daly Waters onde ficámos no Daly Waters pub, paragem
obrigatória para os australianos que passam por estas bandas.
27-06
Em Daly Waters as coisas
são bastante caras, tentámos ir á internet mas custava 10 dólares por hora e
desistimos. Tivemos de por gasolina a 2 dólares por litro, isto teve de ser,
caso contrario ficávamos pelo caminho, o que não convém no meio do Outback.
O resto do dia foi passado
a andar de carro com algumas paragens para esticar as pernas.
Acabámos por ficar na Frewena rest área, um sitio não pago, e sem casa de banho…
Aqui vimos um excelente por do Sol e vimos o que alguns australianos pensam sobre os aborígenes, porque apareceram alguns num carro com música alta, bêbados e com crianças pequenas…
28-06
Acordámos bem cedo e fugimos do local onde pernoitámos, parámos em
Barkley homestead o único posto de combustível
em 260 km (a 2 dolares/ litro). Em Camooweal parámos para mais gasolina.
Passámos a fronteira do Northern Territory para Quensland. Almoçamos no inca creek rest área.
Passámos a fronteira do Northern Territory para Quensland. Almoçamos no inca creek rest área.
Continuámos o nosso caminho e atravessámos Mount Isa, uma cidade mineira bastante grande onde pusemos gasolina a 1,54, 50 cents a menos do ultimo posto. Conseguimos ainda fazer umas compras no coles local com preços mais baratos do que em Katherine.
Dormimos pela segunda noite
consecutiva num parque não pago, Fountain Springs rest área, que estava bem cheio e tinha boas condições e
wc, o banho ficou por tomar mas pelo menos não tivemos de ir ao mato…
29-06
Madrugámos para o dia com
mais quilómetros até a data, cerca de 600, poucos quilómetros depois de sairmos
visitámos o Chinaman Creek Dam.
Antes de chegar a Cloncurry virámos para a Burke Devolopmental Road em direcção a Normanton, parámos numa área de serviço que tinha afixado na porta das casas de banho um assustador aviso...
O destino final do dia foi Croydon onde ficamos alojados pela primeira vez num espaço com energia, era suposto termos feito mais uns quilómetros mas a carrinha começou a soluçar e resolvemos parar. Valeu a pena porque o parque tem óptimas condições, as melhores até agora e os senhores que gerem são muito simpáticos e disponíveis.
Antes de chegar a Cloncurry virámos para a Burke Devolopmental Road em direcção a Normanton, parámos numa área de serviço que tinha afixado na porta das casas de banho um assustador aviso...
O destino final do dia foi Croydon onde ficamos alojados pela primeira vez num espaço com energia, era suposto termos feito mais uns quilómetros mas a carrinha começou a soluçar e resolvemos parar. Valeu a pena porque o parque tem óptimas condições, as melhores até agora e os senhores que gerem são muito simpáticos e disponíveis.
30-06
Croydon acabou por se
revelar um local cheio de história com vários pontos de interesse, foi uma
cidade mineira de exploração de ouro para a qual migraram pessoas de vários
pontos do mundo atrás da febre do metal amarelo.
Actualmente tem apenas 200
habitantes e os vestígios dessa época. Ficámos a perceber um pouco da historia
da cidade por um video que vimos no centro de informação e encontramos internet
a preços acessíveis.
Daqui enviamos os nossos primeiros postais e visitámos varias casas antigas como o tribunal, e esquadra da policia e a prisão.
Daqui enviamos os nossos primeiros postais e visitámos varias casas antigas como o tribunal, e esquadra da policia e a prisão.
Apenas a 4 Km da cidade
visitámos o lago Belmore, um local óptimo para a pesca, para banhos também, mas
pelas placas informativas perde-se um pouca a vontade!!!
Saímos já tarde de Croydon
uma vez que estávamos com medo de ficar empanados pelo caminho, ainda assim
conseguimos fazer 400km, passámos por Georgetown, Mount Surprise e Mount Garnet
para finalmente descansar no Archer Creek rest área, mais um sitio sem pagar e
claro cheio de gente.
01-07
Depois de uma noite muito
fria partimos rumo a Ravenshoe onde visitámos as Little Millstream Falls.
Alguns quilómetros á frente
visitámos uma windfarm, uma quinta de produção de energia eólica, uma série de
moinhos de vento “plantados” numa enorme extensão de terreno.
Atravessámos as Atherton
Tablelands, um clima muito mais fresco, ficámos com a sensação que dormimos
numa fronteira entre dois países bem diferentes, a paisagem passou de amarelo
seco e árido para florestas verdes e campos cultivados.
Parámos em Atherton onde
nos mimámos com um pequeno almoço no MacDonalds para aproveitar o Wifi
gratuito. Já com a barriga cheia de Muffin e cappuccino fizemos um pequeno
desvio para visitar o lago Tinaroo, um espaço excelente com óptimas condições,
uma vista agradável e isento de crocodilos!!
Á volta ainda comprámos
laranjas numa venda de quintal que funcionava á confiança, uma ideia boa para
Portugal.
Seguimos caminho, passámos
em Mareeba, uma cidade bastante desenvolvida mas onde não parámos, Mount Molloy
e seguimos para Mossaman onde visitámos Mossaman Gorge.
Para evitar pagar 8,5
Dólares por pessoa para fazer uns míseros 2 km de autocarro resolvemos, como
muitos outros, fazer esse caminho a pé, valeu a pena, a caminhada é agradável e
a Gorge bem bonita.
Para pernoitar escolhemos Port Douglas, ficámos num parque muito
perto do centro por isso enchemos os olhos de lojas e passeamos junto ao mar,
ainda vimos os preços para as tours ao Great Barrier Reef mas os preços são
exorbitantes, resolvemos tentar em Cairns.
Neste dia fizemos 5 meses de viagem e enquanto Portugal começa a
assar nós começamos a congelar.
02-07
Fomos aconselhados a percorrer a Captain Cook Highway até Cairns,
um caminho muito bonito com paisagens e praias espectaculares, 60 km depois
chegamos finalmente a Cairns.
Ficamos alojados num parque com muitas condições e muita malta jovem, o Cairns Holiday Park, logo no check in convidaram-nos para participar na aula de Zumba ás 18:00 e aconselharam-nos algumas tours para a Great Barrier Reef.
Depois de almoçarmos e pensarmos nas possibilidades de tours lá
nos decidimos e optamos pela que prometia menos pessoas a bordo, no máximo 20.
Sabíamos que a cidade tinha uma Promenade junto ao mar com uma
lagoa artificial uma vez que a cidade não tem praia, passeamos por esta zona e
junto á marina.
Uma zona muito organizada com todo os tipos de serviços incluindo
a lagoa e tudo isto gratuito, haja alguma coisa gratuita na Austrália.
Estava um por do sol lindo mas a maquina ficou sem bateria, ficou
na memoria!!!
Ainda passamos no supermercado para comprar alguns mantimentos
para o jantar e rumamos ao parque atempo da aula de Zumba. Quando chegamos
tinha acabado de começar, juntamo-nos ao grupo que continuou a aumentar durante
algum tempo.
Foi muito giro e divertimo-nos imenso, no final tivemos direito a
pizza á borla e bem boa que era, para acomodar o jantar fomos buscar o nosso
vinho de cartão, a única bebida possível para o nosso budget e ficamos a
conversar com duas raparigas belgas que conhecemos na aula.
Entretanto já éramos uma mesa cheia de europeus, franceses,
alemães, belgas e nós os únicos portugas, a maioria á alguns meses por terras
australianas, contaram-nos historias sobre outras regiões onde estiveram,
situações sinistras de Bush Camping, muito medo….até falamos de politica, bem
foi animado.
03-07
Ás 7:45 em ponto estávamos no finger D da Marina Marlin para partir em direcção á Great
Barrier Reef, marcamos esta tour com o Reef Day Tripper, e o barco era de facto
para pouca gente, ficámos bem impressionados logo á chegada.
Estávamos a 2 horas do recife Upolu a zona prevista para o
snorkeling, o mar esteve sempre bastante agitado e duas raparigas chinesas
passaram mal durante todo o dia.
Chegados ao recife entramos logo para a água, um dos tripulantes
fez de guia e foi-nos apontando alguns pormenores além de rebocar os chineses
que não sabiam nadar, nenhuma novidade…
Vimos tartarugas, muitas espécies de peixes inclusive o Nemo e
algo incrível, uns bivalves gigantes, mesmo enormes, já tínhamos visto iguais
mas pequenos e o guia disse-nos que podem chegar aos 200 anos daí o seu
tamanho.
Bem contentes e cansados, o mar esteve sempre com muita ondulação,
subimos ao barco para almoçar durante o qual varias tartarugas resolveram vir
espreitar o barco, foi muito giro. Pouco depois de terminarmos o Jorge entrou
para dentro de água e andou sozinho durante algum tempo até o resto do pessoal
entrar também.
Desta vez vimos ainda mais coral e mais peixe mas o ponto alto foram os tubarões de recife, espectacular mas quando nos sentiam afastavam-se imediatamente tornando as fotos difíceis de tirar.
Desta vez vimos ainda mais coral e mais peixe mas o ponto alto foram os tubarões de recife, espectacular mas quando nos sentiam afastavam-se imediatamente tornando as fotos difíceis de tirar.
Quando regressamos ao barco para a viagem de regresso estávamos
muito satisfeitos porque de facto tivemos sorte com o recife que visitamos e
com a empresa, o que prometeram tivemos.
Sabemos que alguns recifes estão em mau estado por causa do pouco
cuidado das pessoas que os pisam como na Green Island que o pessoal da
tripulação nos disse que na hora de almoço tem cerca de 2500 pessoas, fez-nos
lembrar a Maya Bay na Tailândia.
O namorado de uma rapariga belga que conhecemos trabalhou nesta
ilha e disse-nos que o coral está péssimo, que pena…
No regresso tivemos a cereja no topo do bolo, um vinho branco bem
fresquinho com frutas e queijos para compensar as calorias deixadas dentro de
água.
Quando estávamos a chegar á marina o guia disse-nos que esta
estava infestada de tubarões Touro, dos perigosos, aqueles que sobem os rios e
podem ser encontrados a muitos quilómetros da costa, até engolimos em seco,
certamente por este motivo a lagoa é gratuita!!
Adorámos este dia e só foi pena as condições do mar não serem as
melhores, com o mar calmo a visibilidade deve ser ainda melhor, mas vimos o que
queríamos.
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