sábado, 22 de fevereiro de 2014

Experiência com família nómada no Semi-Gobi 19 a 21-02-2014

 Dia 19-02-2014

 E foi logo bem cedo no dia 19 que deixámos a maior cidade da Mongólia rumo á zona rural (muito rural), passadas 5 horas chegámos ao nosso destino acompanhados do nosso condutor privado e de um guia que dominava o inglês, a língua é extremamente difícil, pior que o russo. Durante esta viagem apenas parámos para almoçar comida bem típica.
 Á chegada do acampamento nómada fomos recebidos pelo chefe de família onde provámos a bebida que eles mais bebem, leite com chá e sal, em vez do nosso habitual aperto de mão partilhou o seu frasquinho de jade com tabaco em pó para inalar, este é um costume que testemunhámos entre chefes de família como cumprimento e sinal de respeito entre ambos.

Estrada sem fim

Paragem para almoço numa "aldeia"

Belas paisagens pelo caminho

 Durante a tarde vestimos umas calças e botas especiais e fomos andar de camelo, que apesar de termos ficado doridos é extremamente confortável. Foi espectacular!!

A farda

Farda e "samarra" mongol

Prontos para os camelos

Eram enormes!!
 Como ainda tínhamos algum tempo antes do jantar fomos dar um passeio pelas redondezas.

As instalações sanitárias, bem longe do Ger

Gado pertencente aos nossos anfitriões

Descanso depois de uma íngreme subida

O acampamento

Novos amigos

O nosso Ger

 Antes do jantar ainda assistimos ao nascimento de duas cabras, que foi um festim para um grupo de Japonesas que também lá estavam. 
 Para o nosso espanto o jantar foi servido pouco depois do por do Sol, cerca das 6 da tarde... Depois do jantar sem termos para onde ir, o nosso condutor avistou a mais de dois quilómetros e já com pouca luz um grupo de gazelas, quando demos conta estávamos a meio de um verdadeiro safari á procura das gazelas que só ele via, uns quilómetros depois por terreno bastante acidentado lá conseguimos ver as gazelas, ficámos depois a saber que o condutor já foi caçador.

O nosso anfitrião

A nossa anfitriã

As gazelas que ninguém via

Um belo por do Sol

  Depois do safari como não havia net nem tv-cabo jogámos uns jogos típicos com ossos de vértebras de diferentes animais, foi giro... Por voltas das 9 da noite estávamos todos deitados!!

Jogo da corrida de cavalos.

    Depois de uma noite bem dormida em quantidade de horas (cerca de 11) acordámos para ir á casa de banho ainda de madrugada e presenciámos um luar que iluminava todo o vale...


Dia 20-02-2014

 No dia seguinte fomos conhecer Kharkhorin a antiga capital da Mongólia e o Mosteiro Erdene - Zuu, o mais antigo do pais. O chefe da família acompanhou-nos nesta viagem. Passámos ainda por um estranho monumento em forma de falo do qual o guia referiu que as senhoras que tem problemas em engravidar ali iam e se sentam na pedra,  e diz a lenda que assim já conseguirão ter filhos!! Já no caminho para o acampamento passámos por um deserto. Por indicações do chefe de família atravessámos algumas dunas desse deserto de jipe e mostrou-nos um oásis congelado e o local onde acampa no verão.

Nascer do Sol, cores

Mosteiro Erdene-Zuu

Pedra tartaruga, um dos cantos da cidade antiga de Kharkhorin

Rio congelado

Pedra em forma de falo

Sardinha ao Sol num deserto de neve

Toda a gente adorou a sardinha

Sardinha na auto-estrada sem fim

Deserto (Semi Gobi)

Deserto e a sardinha voadora!

A protagonista com os mongóis

Sardinha no oásis gelado

Sobre o oásis gelado

 Ainda houve tempo para uma volta a cavalo. Mas antes disso tivemos um lanche diferente, o chefe de família deu-nos a provar o que para eles é a melhor parte do animal, o coração. Provámos ainda língua e carne de cavalo.


Lanche, diferentes carnes cozidas
  
Cavalos amarrados tipo estendal de roupa

Estreia a cavalo

A sardinha também andou

Ainda fomos juntar os camelos

 Depois do passeio a cavalo, já o Sol se tinha posto, ou seja, hora de jantar... Depois do jantar mais uns jogos com ossos, chichi, cama...


Dia 21-02-2014

 Ultimo dia da experiência nómada, como tínhamos a manhã disponível, o nosso guia sugeriu uma caminhada. E lá fomos nós, mas parecia que tínhamos 50 quilos a mais em cada perna!!! Começamos a subir um monte e tivemos de voltar para trás enquanto eles continuavam ligeiros por caminhos super íngremes, achámos estranho este cansaço, mas lá nos apercebemos que a cota mais baixa da Mongólia é de 1000m, nós estávamos a cerca de 1500m, já haviam umas impressões nos ouvidos. Ainda tentámos subir por outro lado mas também não conseguimos, a falta de oxigénio é tramada...


The man with the bone

Ponto mais alto onde subimos
Contemplando a paisagem
 Ao almoço uns belos dumplings e depois uma viagem de 5 horas até Ulaanbaatar que parecia não acabar, quando vimos a cidade o guia disse-nos que tínhamos que trocar de carro porque a matricula acabava em 5, e não podia circular no centro da cidade ás sextas!? Ficámos a perceber que cada dia da semana tem certos números que não podem circular no centro, para controlo de tráfego. Não resulta!! Mesmo assim o condutor resolveu não trocar de carro, arriscando assim multa e despedimento. Por esta decisão o condutor foi por caminhos secundários, onde ficámos com uma perspectiva diferente da cidade, muita pobreza, inexistência de arruamentos e casas de madeira com aspecto muito duvidoso...


 Nesta ultima foto podem reparar que andava uma cabra a passear pelo Ger, ou seja, podem imaginar o cheiro das nossas roupas ao fim de 3 dias, juntando também o facto de não haver chuveiro... 



 E para os mais distraídos, reparem que o carvão, não é carvão mas merda de camelo!!! Aproveitamento ao mais alto nível. 

 Foram uns dias bem passados, recomendamos!!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Ulaanbaatar 18-02-2014

  Depois de uma noite mal dormida, desembarcámos em Ulaanbaatar exactamente ás 5:03 da manhã, já tínhamos pensado em fazer tempo até ficar de dia para irmos procurar o hostel, mas na estação estava um senhor com uma placa com o nome do hostel onde íamos pernoitar, ficámos surpreendidos e extremamente agradecidos. Aproveitámos para descansar algumas horas e fomos almoçar a um restaurante com muito bom aspecto de comida tradicional, muito bom, e bastante barato.

Já havia alguma saudade de uma cervejinha!!

Belo pitéu!!
  Para remoer o almoço fomos dar uma volta pela cidade, sempre com algum cuidado porque fomos avisados de que existem mais carteiristas do que policias... Fomos ainda ao Museu Nacional da História da Mongólia. Não houveram fotos, visto que se tinha de pagar e optamos por não o fazer, foi uma boa escolha porque grande parte da exposição era proibido  tirar qualquer fotografia!!

Estátua de Chinggis Khaan

 A partir de amanhã vamos passar duas noites e três dias com famílias nómadas, quando voltarmos á civilização daremos noticias.  




Comboio Irkutsk – Ulaanbaatar

 Quando entrámos neste comboio com destino á Mongólia, com carruagens já pertencentes á Mongólia, a qualidade piorou substancialmente, camas mais desconfortáveis, menos espaço, até as “canecas” para o chá são de papel. E o comboio está sempre a parar, não sabemos bem porquê.
 Ficámos mal habituados com os comboios anteriores. 

Casa arrumada para apanhar o comboio!!

Idem!!

As canecas estão a perder qualidade!!

Os compartimentos estão a ficar mais pequenos!!

   Conhecemos um companheiro viajante, de nome Stefan, que viaja da Suíça e tem como destino a Austrália, mas com uma rota muito diferente da nossa, da China segue para a Coreia do Sul, Japão e depois Austrália.
 As paisagens continuam deslumbrantes, mas um pouco diferentes das anteriores, o terreno é mais montanhoso.





 O ponto alto desta parte da viagem é a passagem da fronteira entre a Rússia e a Mongólia. Na parte russa estivemos parados mais de 5 horas, para trocar as carruagens e para nos fazerem o “check out” da Rússia, primeiro veio a policia verificar os passaportes, depois vieram os da imigração, duas horas antes do comboio arrancar veio outra vez a policia e levou-nos os passaportes, uma hora antes de sair vieram os da alfandega verificar as malas, dai a um bocado vieram finalmente trazer os passaportes, e quando já pensávamos que estava tudo pronto ainda vieram fazer uma inspecção ao compartimento. Pouco depois de termos passado a fronteira para a Mongólia parámos mais cerca de 3 horas para acrescentar carruagens e fazer o "check in", que foi quase a mesma tourada, veio a policia recolher os passaportes, fizeram a inspecção das bagagens, que com muito custo lá explicámos a razão pela qual trazemos alguns medicamentos, mas acreditem que a coisa estava difícil!!